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Eu amo escrever. Escrevo porque às vezes não cabe tudo aqui dentro. Porque há sentimentos que só se organizam quando viram palavras, e pensamentos que só fazem sentido quando dançam na página. Amo também olhar o céu e talvez isso diga tudo. Há quem olhe o céu para prever o tempo, eu olho para prever a mim mesma. Há algo em observar as nuvens, as estrelas ou o silêncio azul que me faz lembrar que existe poesia mesmo nos dias comuns. Este blog nasce desse encontro: entre a escrita e o céu. Vai ser um espaço para dividir pensamentos, contar histórias, guardar pedaços de mim e talvez, de você também, que me lê agora. Obrigada por estar aqui. Que você se sinta à vontade. Que cada texto seja como uma janela aberta, onde o vento entra leve e, quem sabe, traz um pouco de luz também

Amor sempre....

Amor sempre....
Caminho entre flores. O chão continuará pra nós com outras paisagens. Sou o que sou, porque é tudo que sei ser. E todo meu olhar escrito que você nunca aprendeu a ler, permanecerá no descaso para quem não compreende.

24 junho, 2025

Serenata

Aleatoriamente um toque de poesia



Na penumbra suave da janela aberta,
um violão murmura segredos de luar.
Cada corda vibra um verso,
cada acorde, um suspiro a se entregar.

Sob o manto calmo da noite,
teus sonhos despertam em melodia.
Notas deslizam pelos meus cabelos,
tecendo galopes de poesia.

Minha voz, tímida pardal,
anseia pousar em teus ouvidos,
oferecer flores sonoras,
acolher teus silêncios contidos.

Que a serenata te envolva
como brisa em tarde de verão,
e que cada nota seja ponte
entre meu desejo e teu coração.

(Fernanda)


Olá Fernanda,
O teu poema, seria excelente convertido numa serenata, gemendo nas cordas de uma guitarra!
Pensando nisso escrevi assim:

Se alguém me falasse
Um dia...
aleatóriamente
como um leve rumor
ao som de uma serenata!...
Devia falar-me somente
quando a noite deixar
ver claramente
o sítio onde o corpo se refracta!

Se alguém me falasse
Um dia...
de alma fria
e sempre tão abstracta,
como carícia fugidia
e surpreendente
que mora na boca
Irreverente
onde a paixão é sempre mais exacta!

Para ti minha amiga deixo esta serenata, lamentando não saber tocar guitarra.
Ninguém é perfeito...

Um abraço com afecto
A.S.
________________________________________________



Agradecimento

Ah, Albino, que alegria esse teu gesto! 
Recebi tua serenata como se fosse brisa cantando nas janelas da alma… 
Teu poema veio leve e cheio de estrelas, feito noite que escuta, coração que entende.
Mesmo sem guitarra, tua palavra tem som e ecoa, doce e funda, no lugar onde mora o encanto.
Obrigada por essa partilha tão sensível.
Tua poesia me alcançou como abraço em verso.
Que nunca nos falte esse dom raro: o de tocar o outro com beleza.

Com gratidão serena,
Um abraço com carinho e admiração poeta,

Fernanda!

13 comentários:

  1. Eita!! Que linda poesia.
    Apaixonada hein!!!!
    Fazer serenata com tanto desejo de alcançar o ouvido amado não é pra qualquer um.

    Tenha um lindo dia!!!

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    1. Olá Andre,
      Você percebe tudo, hein? 🙈haha É… às vezes a gente vira poesia mesmo, quando o coração transborda.
      Mas serenata só faz sentido quando tem um ouvido disposto😉
      Um dia lindo pra você também, André!

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  2. Já não há mais serenatas por aí, né? Virou coisa de um passado romantizado!
    Mas a poesia existe e vai existir sempre, como essa que você publica!

    abraços

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    1. É verdade Eduardo… serenatas andam sumidas, ficaram nos contos do passado. Mas a poesia essa, sim resiste firme! Valeu!
      Abraço!

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  3. Olá, querida amiga Fernanda!
    Como gosto de lhe ver poetando!
    "Tecendo galopes de poesia."
    Bons demais os tais galopes literários, os costumo chamar de Surto Criativo e publiquei um livro com o título.
    A penúltima estrofe está tão cheia de intensidade... Lindo o coração que deseja soprar poesia no outro!
    Seres de luz são assim.
    "Cada nota seja ponte
    entre meu desejo e teu coração."
    Enquanto não houver uma ponte amorosa, o desejo fica no ar, por mais que amemos.
    Momento de enlevo tive aqui agora antes do almoço, saio alimentada na alma.
    Tenha um entardecer abençoado e aconchegado do frio!
    Beijinhos fraternos de paz

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    1. Querida Roselia,
      seus comentários sempre chegam como um abraço quente nesses dias frios.
      Adorei saber do seu Surto Criativo que nome lindo e verdadeiro! Acho que a gente escreve mesmo assim: num rompante de alma, quando algo dentro pede passagem. Fico muito tocada por saber que você sentiu o poema e se deixou atravessar por ele.
      Essa imagem da ponte amorosa me acompanha também… enquanto ela não se firma, a poesia vai tentando atravessar o vazio com palavras. Obrigada por essa troca tão cheia de luz.
      Um entardecer abençoado pra você também, com paz e inspiração.

      Beijinhos com carinho,
      Fernanda!

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  4. Como é bom, Nanda, quando o Tu está atento e se manifesta imediatamente mostrando sua alegria com o poema que se irradia. E o receptor tem ouvidos afinados e sincronizados... são vasos comunicantes.
    Um abraço, Nanda!

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    1. Eros, que imagem bonita essa dos vasos comunicantes…
      É exatamente isso: quando o Tu está presente e desperto, a poesia encontra seu caminho e se revela.
      É raro, mas quando acontece, parece que tudo vibra em sintonia palavra, sentido, silêncio e resposta.
      Fico feliz demais com esse olhar generoso que você sempre traz.
      Um abraço apertado, com gratidão,

      Nanda

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  5. Ué!!!!!
    Amiga, eu comentei aqui, ri dos dois comentários que estavam na minha frente, do Edu e do André, de tão bonitos até disse que estava sorrindo dos dois muito simpáticos e perfeitos comentários, e que eu estava com eles!
    Não estará nos Spam do Blog?
    Bem, pelo sim, pelo não resolvi comentar de novo, achei lindo esse poema, jogas em várias frentes, poema, crônica...e o que mais?
    Deixo beijinho e aplausos!
    (Deixei um mimo pra você no comentário da crônica da Chaga Social!)
    🌹💥🙏

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    1. Tais, sua linda, você é a própria gentileza em forma de comentário!
      Juro que fui correndo olhar o spam do blog depois que li, vai que ele resolveu bancar o editor poético e esconder elogio bonito, né?
      Mas olha… ainda bem que você voltou! Não há nada no spam. Amei o seu comentário aqui.
      Porque comentário seu é quase continuação do texto: tem brilho, tem afeto, e tem esse jeitinho seu de dar risada no meio da sensibilidade.
      E sim, jogo nas frentes todas, às vezes nem sei o que vai sair rsrs . Apenas começo e sinto e tudo flui…poema, crônica ou bilhete apaixonado 🤭
      Obrigada pelo mimo na crônica da Chaga Social já tô indo lá com o coração aberto e a alma curiosa!
      Beijo e mais aplausos de volta, com beijinhos 😘

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    2. Fernanda, estou desconfiada que ando fazendo umas "boas..."
      Acho que escrevo o comentário e esqueço de enviar!!! Já aconteceu, não só aqui. Fiz, então não enviei!!! rsssss, vou me policiar mais pra não fazer bobagens. Prestar mais atenção!! 😄😁
      Beijinho, querida!

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  6. Olá Fernanda,
    O teu poema, seria excelente convertido numa serenata, gemendo nas cordas de uma guitarra!
    Pensando nisso escrevi assim:

    Se alguém me falasse
    Um dia...
    aleatóriamente
    como um leve rumor
    ao som de uma serenata!...
    Devia falar-me somente
    quando a noite deixar
    ver claramente
    o sítio onde o corpo se refracta!

    Se alguém me falasse
    Um dia...
    de alma fria
    e sempre tão abstracta,
    como carícia fugidia
    e surpreendente
    que mora na boca
    Irreverente
    onde a paixão é sempre mais exacta!

    Para ti minha amiga deixo esta serenata, lamentando não saber tocar guitarra.
    Ninguém é perfeito...

    Um abraço com afecto
    A.S.

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    Respostas
    1. Querido Albino,

      Que presente mais delicado e bonito você me deu!
      Transformar meu poema numa serenata já seria poesia suficiente mas você foi além, e escreveu outra, encantadora, com essa alma sensível que você deixa escapar pelas palavras como quem sussurra música em noite clara.
      A imagem da paixão “mais exacta” na boca irreverente… que coisa linda!E essa sua serenata mesmo sem guitarra já chega com cordas invisíveis, daquelas que tocam a alma com ternura.
      Obrigada, de coração.
      Recebo teu afeto com gratidão e alegria. E olha, quem disse que a perfeição não mora exatamente nessa forma única que cada um tem de oferecer beleza ao outro?

      Um abraço com carinho e admiração,
      Fernanda 🎶

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depois que a letra nasce
não há silêncio
há um choro que só eu ouço
e um medo que ninguém vê
o medo de mostrar demais
de sangrar diante de estranhos
de ser lida com desdém
ou pior: com pressa
porque parir palavras
é também deixar o peito aberto
num mundo que não sabe lidar
com quem sente fundo
a escrita respira fora de mim
e eu, nua, assisto
alguns dizem que é lindo
outros nem leem até o fim
há quem tente vestir meu poema
com a própria assinatura
como se dor fosse transferível
como se parto tivesse atalho
e é aí que mais dói
quando roubam o nome da minha filha
e fingem que nasceu de outra boca
quando arrancam o umbigo do texto
e dizem: “isso é meu”
não é
eu sei cada madrugada que ela levou
cada perda que empurrou esse verso
cada lágrima que virou frase
não quero aplauso
mas exijo respeito
porque minha escrita
anda no mundo com meu rosto
meus olhos, minha história
e quando alguém a toma como se fosse nada
está me dizendo:
“você também é nada”
mas eu sou tudo
o que ninguém teve coragem de escrever
e continuo parindo
mesmo ferida
porque escrever é a única forma
que conheço de sobreviver
(Fernanda)

OSZAR »